quinta-feira, 25 de junho de 2009

Meu Diploma

vejam o texto no blog: http://joapa.blogspot.com/2009/06/meu-diploma.html

Meus amigos jornalistas andam surtados com a tal não obrigatoriedade do Diploma de Jornalismo a partir de agora.Muitos argumentam bem, com boas justificativas sobre o valor de uma formação acadêmica, o que não discordo de forma alguma. na verdade, nem quero entrar no terreno da profissão de jornalista, seria muito pretensioso da minha parte meter muito o bedelho, pois não sou da área.

Mas o que sempre percebo, é que por trás de qualquer polêmica sempre haverá algo mais complexo e obscuro que nem sempre é discutido. no caso dessa notícia sobre o fim do diploma aho que existem várias questões que ainda não vi nenhum jornalista rebatendo, ou choramingando, como vários andam fazendo.

Me refiro à aura que o diploma representa na vida dessas pessoas. e na minha também, na sua. Vivemos em um país em que ter curso superior significa para a esmagadora maioria da população, a principal, a mais válida ou a única forma de ter um EMPREGO decente. uma profissão, um trablho com um ótimo salário. e só. isso sempre me causou um certo estranhamento, ainda mais agora vendo pessoas - jornalistas- que sempre considerei tão cultas, se manifestarem de uma forma um tanto imatura e reacionária com o fim do Diploma.
Me pergunto e pergunto à esses amigos se o que não importa foi todo o contato, o tempo em que permaneceram e todas as vivências que aprenderam no tempo que estiveram na Universidade. o que faz diferença agora, com os que estão por vir, os futuros jornalistas. não entendo o motivo para tanta comoção, se a princípio você já tem planos traçados, mestrados, doutorados, enfim, é reduntante dizer aqui que estudo nunca é demais, e que se quisermos poderemos e devemos sempre nos aperfeiçoar, se reciclar.

Talvez o que vocês, caros jornalistas, não queiram assumir, é que estão ressentidos com a perda da aura que o diploma tinha até então. a aura mágica, que ele como símbolo de uma conquista, de entrega e esforço representa pra você e para a sociedade. Fazer um curso superior no Brasil é um símbolo de poder, de diferença. é o falado nível de excelência acadêmica. Me sinto seguro pra dizer isso, pois me formei na mesma instituição Federal que vocês, mas venho de um curso ( Artes Plásticas ) que na prática, o diploma não tem valor algum. Então, acho que deveriam focar em vocês mesmos e deixarem os outros de lado. vocês não tem nada a perder, a se prejudicar.
Não tenho a menor pretensão de ser jornalista e escritor, mas tive vontade de escrever esse post e que outras pessoas o lessem.
Vocês mesmos me disseram que grandes escritores hoje começaram em redações décadas passadas sem nunca terem cursado nada. você pode ser um ótimo profissional com ou sem diploma. e também não entendo porque tanta gente ficou ofendida com a comparação da profissão de jornalista com a de cozinheiro. eu amaria ser comparado com um bom cozinheiro.
Sei que é triste se desapegar da aura que o diploma tem. mas é assim que a vida é. Estudantes da UFMG e outras universidades "fodonas" se acham demais. se acham os melhores, os escolhidos, a nata. como estudante da UFMG passei por vários momentos da mais pura vergonha alheia. Cursos "carro-chefe" ( como a própria reitoria se refere ) como Engenharias, Medicina, Direito e Comunicação Social levam isso muito a sério. e por isso se sentem afrontados quando sentem que seu território até então exclusivo e para selecionados tem suas barreiras desfocadas. é a perda de um status, de um sentimento de de maculação de uma suposta nobreza. isso me entristece, pois todo aquele verniz acadêmico soa desbotado, feio, falso.

acho que a época da Graduação sem sombra de dúvida foi a melhor época da minha vida. o que não quer dizer que tenha sido a mais cor de rosa ou sem lágrimas. nunca aprendi tanto, nunca me senti tão dono de mim mesmo, tão honesto com meus sentimentos, tão querido, tão cercado de cultura e conhecimento. mas tenho noção que conhecimento, livros, toda essa herança de cultura da humanidade está em qualquer lugar.

tenho orgulho do meu diploma que ainda não peguei por preguiça de ir ao banco pagar uma boleta de 40 reais. ele também representa uma conquista, o fim de um ciclo, eu e somente eu pode sentir de verdade no coração o que é isso. com ou sem aura, é uma página importante na minha história. o resto, os outros, a obrigatoriedade ou não, nada disso importa, se você considera sua vida uma obra de arte.

e arte não precisa de diploma.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Easily create and share personalized, annotated maps of your world

http://maps.google.com/help/maps/mymaps/create.html



.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

TRABALHO FINAL

TRABALHO FINAL DA DISCIPLINA
VALOR: 40 pontos

O Trabalho
Caminhadas pela Cidade e Registros (foto, vídeo e som).

Apresentação/Entrega
Publicação do Registro. (Performance, Exposição de Fotografias, Exibição de Vídeo, Cartazes com Textos, etc.)
Local: Atelie 24h. Prazo: até 02 de julho.

TEMAS

TEMA 1:
A Cidade Líquida
A cidade é o campo de tramas e relações no qual adentra o corpo do caminhante. Para onde vai? Como vai? O que cria ao passar? O que leva e o que traz da experiência do caminho? O corpo na cidade cria um movimento de inscrição invisível, passa. Na sua memória, sente as vibrações de um campo que não pára de movimentar-se e pulsar.
A cidade do caminhante é um campo de afetos, um lugar de estímulos, em que a cada momento, no seu embate corporal com o espaço, sensações e percepções lhe vêm, o seu corpo se vê afetar o mundo e por ele ser afetado.
Esta cidade feita do fugaz, daquilo que existe no espaço e no tempo da experiência, que não se fixa, que pulsa a todo instante, esta cidade vivida pelo caminhante é a cidade l.qüida. Uma cidade que nasce de um olhar que não vê o que está construído, mas os espaços vazios, intersticiais, os restos, os fl uxos, aquilo que é transitório. É deste tipo de olhar que surge um questionamento como o de Ignasi de Solá-Morales:

Existe uma arquitetura materialmente lIqüida, atenta e configuradora não de estabilidade, mas de transformação, e portanto lidando com a fluidez que a realidade oferece? É possível pensar uma arquitetura do tempo mais do que uma arquitetura do espaço? Uma arquitetura cujo objetivo seja não de ordenar a dimensão extensa, mas o movimento e a duração? (Ignasi Solá-Morales)

TEMA2:
INVENTAR A CIDADE
A possibilidade de inventar sua própria cidade na cidade herdada, de liqüefazer as estruturas fixas das instituições em experiências fugazes, está no centro dos caminhares enquanto poéticas. Os artistas caminhantes
formulam-se e formulam as suas cidades ao caminhar.
Algo é dito numa caminhada que não poderia ser dito com palavras. É neste sentido que, segundo Certeau, “o ato de caminhar parece portanto encontrar uma primeira definição como espaço de enunciação”. Ou ainda, como diz o artista-caminhante Francis Alÿs, a invenção da linguagem se dá junto com a invenção da cidade. Cada uma das minhas intervenções é um fragmento da cidade que estou inventando, da cidade que estou mapeando.


PROCEDIMENTOS

AFETAR-SE
Afetar-se é deixar-se aberto para o encontro com os caminhos, com os lugares, com a cidade, com os outros corpos. Como um ato fundante, inaugura no corpo a possibilidade de ser afetado por forças externas e uma consciência de que pode afetar, como uma outra força, os contextos nos quais se insere. Como uma percepção mais fi na e sutil, ligado ao “corpo vibrátil” (Rolnik2006), pode ser um princípio da relação do corpo com a cidade e nesse encontro, a atenção e abertura à experiência situada.
escutar
perceber
sentidos
trocar
“transubstanciar-se”
ir além do próprio corpo, tocar
situar-se
estar aberto

COLETAR
Coletar: recolher, trazer, selecionar, capturar, apropriar-se. Coletar instantes pelo caminho, com o uso da câmera fotográfica, coletar o caminho através do vídeo, coletar objetos, coletar sensações. O caminhante, ao viver o caminho, seleciona da experiência aquilo que quer levar. Coletar é um dos seus procedimentos poéticos. Ao coletar, o caminhante prepara instrumentos/procedimentos de coleta. Para coletar, o caminhante constrói um olhar/relação seletivo, o que o interessa do espaço vivido.
Coletar pedras
Coletar lama
Coletar metais
Coletar instantes
Coletar situações e acontecimentos fugidios
Coletar sensações
Coletar histórias
Coletar lugares com palavras

DESLOCAR-SE
Deslocar: ação de mover elementos dentro e a partir de determinado contexto. Subversão da ordem que constitui determinado lugar, inversão nas representações de um contexto, transformações da paisagem. Existe uma dimensão física e uma dimensão simbólica do deslocar. Deslocamentos na cidade podem ser vistos como acontecimentos. O próprio caminhar é o deslocamento do corpo no espaço. Por isso, são acontecimentos poéticos, que se transformam em imagens. O que está nos contexto e no lugar, antes invisível, mas com a força, a potência( vir a ser) de revelar-se. Aquilo que pulsa no lugar, e que pede espaço para manifestar-se visível. Aquilo que tem a urgência, no corpo do artista, de se tornar dizível, manifesto.
Deslocar pedras
Deslocar gravetos
Deslocar o corpo
Deslocar um cubo de gelo
Deslocar uma duna
Deslocar uma imagem
Deslocar paisagens
Deslocar símbolos

INSCREVER
Inscrever é uma ação de demarcar. Demarcar, deixar rastros, deixarse de certa forma ao longo de um caminho. Intervir. É possível, no entanto, inscrever de diferentes maneiras e em diferentes espaços. Há a inscrição no caminho propriamente dito, como a marca de um percurso que se torna visível, a visualidade do rastro do corpo a caminho. Há a inscrição na imagem que se coleta do caminho. Há a inscrição no campo de signifi cados de determinado caminho. Inscrições são dizeres, formas de dizer, algo que se quer evidenciar.
Inscrever rastros
Inscrever desejos
Inscrever os passos
Inscrever uma linha
Inscrever um símbolo
Imscrever a forma do corpo
Inscrever círculos e linhas




Duas formas de inscrição: na primeira, o caminhante deixa cair, ao longo ao caminho, uma linha de tinta, demarcando-o. A outra, o corpo do caminhante inscreve o seu lugar, agora social, no espaço da cidade.

BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA:

CARVALHO, Beatriz Falleiros Rodrigues (2007). Caminhar na cidade: experiência e representação nos caminhares de Richard Long e Francis Alÿs; depoimentos de uma pesquisa poética. São Paulo: FAU/USP.
disponível para download em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=124632

JACQUES, Paola Berenstein (2001). Estética da Ginga: a arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica. Rio de Janeiro: Casa da Palavra.

SOLÁ-MORALES, Ignasi (2002)a . Inscripciones. Barcelona: Gustavo Gilli.

SANTOS, Milton (2002). A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.

AUGÈ, Marc (1994). Não–Lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade. Tradução Maria Lúcia Pereira. Campinas, São Paulo: editora Papirus.

quinta-feira, 19 de março de 2009

aula 7 - tempo e espaço

TEMPO/ESPAÇO - capítulo 3 do livro "Modernidade Líquida" de Zigmunt Baumman.
download do pdf do texto aqui.

.